O avanço da ciência, o controle das epidemias, a divulgação dos conhecimentos facilitada por vários meios de comunicação com acesso a todas as classes sociais contribuíram para o aumento da longevidade humana, chegando à cifra média atual de 73,5 anos para os brasileiros. Em outros países com melhores condições sociais a vida média chega a 82 anos.
Entre nós chama atenção que as mulheres tem a vantagem de viver 6,5 anos a mais que os homens. Quais os principais fatores responsáveis pela maior sobrevivência do sexo feminino?
A primeira informação refere-se às diferenças hormonais com ação protetora à fêmea seguida da postura dos cuidados higiênicos corporais com orientações médicas mais frequentes, expondo-se ao uso do álcool, tabaco e outras drogas nocivas em percentuais bem menores do que sexo oposto.
A violência, outro atributo predominante do homem como agressor e como vítima, principalmente no final da adolescência e inicio da fase adulta, perdendo logo cedo, no período produtivo, a vida ou a liberdade.
O SUS se apoiou na bioestatística e nas análises técnicas para elaborar programa específico para a saúde do homem com previsão orçamentária a ser repassada para os Estados e Municípios participantes do programa.
Olhando a distribuição etária masculina do Brasil, foi notada que dos 25 aos 59 anos de idade há concentração de 41,5% e que 75% das despesas com doenças residem em 5 especialidades médicas: cardiologia, urologia, psiquiatria, gastrenterologia e pneumologia.
As doenças do coração correm por conta da má alimentação desde a infância, agravadas pelo uso abusivo do cigarro, álcool, fatores genéticos, falta de atividades físicas.
O aparelho geniturinário reflete a barreira sociocultural do macho em não procurar orientação para suas dificuldades sexuais piorando sua qualidade de vida, evitando o exame prostático nos momentos adequados.
Os distúrbios mentais, além do cunho hereditário, sofrem influências com o uso de produtos químicos não recomendados e das pressões em casa, no trabalho e no lazer.
Os órgãos da digestão sofrem com a introdução alimentar irregular e agredido constantemente por agentes irritantes. São frequentes os tumores benignos e malignos do tubo digestivo e as lesões do fígado.
A respiração, função vital do ser humano, padece com a poluição ambiental, tabagismo com nexos de predisposição familiar para tumores e outras afecções.
Está nas mãos do próprio homem seu estado de saúde, a melhor qualidade de vida protelando sua devolução.
As entidades públicas e privadas contribuem bastante para a saúde do homem com investimentos e esclarecimentos, basta que ele queira.
Dr. Ronaldo Monteiro Costa, cons. da Montpolo Corretora de Seguros e Membro da Comissão de Saúde do Sincor-SP.