A Longevidade já chegou

A longevidade como tema de discussão e apresentação tomou conta das páginas dos jornais, revistas, seminários e outros eventos com marcada preocupação para o mercado securitário.

O Governo vive fazendo normas para garantir à população segurada pela Previdência Social a condição de receber a aposentadoria até o último instante. As fraudes milionárias, os desvios de objetivos, os desperdícios, entre as principais causas, deixam as pessoas com a incerteza de receberem seus ganhos com as devidas correções no futuro.

A iniciativa privada, também, está se movimentando na direção dos longevos, que hoje no Brasil, representam 22,3 milhões de habitantes com mais de 60 anos de idade com a possibilidade de dobrar este número em 17 anos, cifra significativa para cotejar grupamento responsável por 20% do PIB na economia nacional.

É importante notar a feminização nas idades avançadas com a diferença de 18% sobre os homens e aumento dos custos com as consequentes fraturas ósseas pela osteoporose e demais mazelas que seguem após a menopausa. O SUS e os planos de saúde gastam fortunas na tentativa de colocar a tranca depois da porta arrombada, quando o investimento há de feito no estimulo aos jovens na prática esportiva, alimentação adequada e distância do tabagismo e bebida alcóolica sem moderação para reduzir custos e sofrimentos na senectude. Como fazer? Eis a questão

Todos, como nós, que ultrapassou a sexta década, ganham por essa proeza bônus e ônus. Vantagens de participar do mundo do século XXI, de receber os benefícios dos avanços tecnológicos, especialmente, nas áreas da saúde, do transporte, do entretenimento com grandes shows disponíveis ao vivo ou em 3D na própria residência, benefícios legais e preferenciais.

O ônus corre pela redução da capacidade física com limitação maior ou menor da qualidade de vida, presença de afecções próprias da idade, uso de medicamentos em excesso de exames complementares e procedimentos médicos, alguns poderiam ser evitados. O maior exemplo atual vem com o Papa Bento XVI que se acha sem fôlego para completar o mandato.

Outro ônus é a escassez de cuidadores de idosos limita a mobilidade desses indivíduos nos locais públicos ou em viagens sonhadas. A pretensão do Governo de formar 65 mil novos cuidadores em 2011, não passou de 1.500, demonstrando o grande desinteresse pela atividade de dedicação ao próximo.

A Geriatria do passado tinha dificuldade de definir o que era um idoso. Alguma definição estava ao talante do observador: “idoso é qualquer pessoa com 20 anos mais do que eu”.

Nosso falecido professor de reumatologia dizia que para ele existiam dois tipos de idosos: os paparicados possuidores de boa herança para seus dependentes; e os trambolhos que nada tinham a deixar. Com tal classificação ele queria passar a mensagem econômica para os mais novos para poupar na florescência da vida, economizar parte de seu rendimento para garantir conforto na senescência. Portanto, quem desperdiçou suas energias na época produtiva, com a ilusão de aproveitar a vida intensamente, pagará caro na velhice com as dores do desconforto e do abandono.

A longevidade já chegou e nossos legisladores estão discutindo qual será o futuro.

 

Dr. Ronaldo Monteiro Costa

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